terça-feira, 19 de agosto de 2008

sexta-feira, 4 de julho de 2008

...e quero que você venha comigo.

minhas unhas sendo roídas por esses dentes que nem branco são mais. eu gosto das unhas roídas, e você sabe. linhas tortas que contornam o teu corpo, formando um desenho perfeitamente bagunçado. gosto da tua loucura brotando desde as cócegas nos pés ao cabelo branco que nasce indecente na cabeça. a maciez que eu trago na pele é esta de conhecer os vários gostos da tua mesma boca. um colar de suspiros sufocando o ar que falta. você levou. sou agora um pulo pra dentro da tua garganta. aguardente. aguardando. vou saltar pro fundo do teu peito e fertilizar a tua terra. tuas flores só vão ter o meu perfume, porque as tuas cores são feitas de mim. e as tuas sementes eu cuspi quando comia da fruta do teu pensamento.

quinta-feira, 3 de julho de 2008

eu nasci há exatamente 18 anos, pra te ver respirar o meu nome.

terça-feira, 1 de julho de 2008



10 Lost Watch - Seabear


papel com teu nome que me cabe nos dedos. sentidos cantando sentindo pulsar a minha vida nas tuas mãos. é bonito que só. uma pessoa capaz de criar montanhas com um suspiro. e destruir castelos com um fechar de olhos. beijo os fios do teu cabelo que é tão bem feito. tu és lã no inverno. danças que não precisam de música e indo devagar, cheia de pontos na pele. comprei a a eternidade por ti e me dei de presente. as flores seguem brotando sem que eu as chame, compondo um jardim bagunçado. eu sou um jardim bagunçado. cheiros que me invadem, eu balanço a cabeça tentando me enfiar no meio deles, pra achar o teu. te vejo no meu espelho. porque o meu reflexo não passa do teu rascunho. eu sou um esboço de ti. quantos passos? eu vim contando e ainda estou no zero. suor é choro de pele. deixa a minha pele chorar com a tua? os teus olhos têm tantas cores que eu não consigo contar. tenho medo de um dia olhá-los por muito tempo e ficar cega. tudo em ti dá medo por ser tão bonito. mas eu me atrevo, e atravesso.

domingo, 29 de junho de 2008

arrepio.


"porque ela é o acontecimento que tantas as notas prepararam, de tão longe, morrendo para que ela possa nascer" _ Sartre_



porque as minhas mãos não param de procurar o lugar em que está o vão das tuas. e tu sabes que eu não posso deixar fugir dos meus olhos o brilho dos teus, que me roubam o sossego, até numa ilha deserta. a imaginação de uma criança não seria mais bonita que a minha, quando penso em ti. eu não sei mais pensar direito. penso do meu jeito pra ti. sorrisos que me cobrem de uma constante embriagez de ânsia. se olharmos o sol por muito tempo, quando ele está se pondo, é claro, e de longe, parece que não é real, parece que é ilusão. só sabemos que o sol existe por causa da sua luz, se o olharmos muito. porque sem lua dá pra viver. mais triste, mas dá. e sem sol? pétalas que arranco da minha pele pra alimentar a tua fome de flor, a tua fome de mim. mesmo eu não tão delicada, mesmo eu não tão amarela. e eu que achava que amor era só formigamento da pele, quando penso em ti, sinto a alma ferver. o que eu seria sem o meu peito que grita em tons altos e arranha as paredes de mim, em teu nome? eu quero o teu ninho, pra aquecer o meu amor. quero te dar comida feito mamãe-passarinho. sentir teus pêlos arrepiarem nas costas, sem encostar um dedo sequer.

sexta-feira, 27 de junho de 2008

pedido.

wild horses - tori amos

eu queria ser coisa viva. coisa viva de entrar na tua vida e mexer em tudo. colocar a cama no teto e o teto no chão. arrumar briga com o teu sossego e desalinhar o teu horizonte. queria sacudir as tuas pernas enquanto caminhas e te fazer tropeçar, na passarela. porque não me contento com o bom dia, eu quero que me sintas tanto quanto te sinto. quero que me sintas fazendo tranças com as tuas veias. só pra que pulses mais devagar, pulsando tão intensamente por mim. e que não pare. não parando, nem quando os carros dos olhos das pessoas vierem na tua direção dizendo que já passas do limite o sinal está vermelho. quero que ultrapasses o sinal em alta velocidade, por mim.

quinta-feira, 26 de junho de 2008

eu quero.



há tanta coisa, há tanta vida, há tanto tempo. eu ando perdida no olhar pras nuvens e o Lucas diz que eu posso acabar tropeçando e cair. é que eu fico na esperança de ver as nuvens de dois rostos se beijando, de novo. traços passando pela minha vida e saudades sendo sentidas tão mais depressa. ouço o teu pensamento mas não sei se pensas em mim. quero controlar os teus suspiros. quero que a tua respiração se confunda com a minha ao falares o meu nome. a minha língua imitando as dos sonhos em que as tuas mãos passam pelas aventuras dos meus cabelos de milho e tu descobres que lá se esconde o cheiro das manhãs em que amaste feito uma criança. eu te rabisco poesia todos os dias e escrevo cartas no papel do céu. nunca vejo estrelas cadentes pra realizar pedidos, mas eu tenho os teus olhos que se fecham. que me deixem viver sem o medir dos passos que ainda poderei dar. eu quero correr pelo campo dos teus passos. eu quero deitar na cama da tua pele. eu quero comer com a força dos teus dentes. eu quero ser você, vindo pra fora de mim.

quarta-feira, 25 de junho de 2008

amar é não saber voltar, uma vez que você já me chamou pra atravessar.

fato mais bonito me aconteceu agora:

eu deitada no sofá, estudando Campo Profissional - preciso de 8.0 na prova de hoje- quando D. Maria passa e vê a flor que eu desenhei com caneta bic na minha perna. ela aponta e com uma cara mesmo engraçada diz:



- essa menina parece um jardim! é flor pra tudo quanto é lado!

segunda-feira, 23 de junho de 2008



eu plantei a tua semente dentro de mim.
nasceu tão bonito que todo mundo chorou.
você asfixia o mundo em flor.
e é tão.

domingo, 22 de junho de 2008

eu queria ser mais que um papel rabiscado.

quinta-feira, 19 de junho de 2008

ah, você.


mãos de silêncio entre o que ainda há de ser de nós duas. nada faz parar, nunca fez. você não percebe, eu lhe toco os cabelos e nascem flores lá na Ásia. vamos, cai no profundo de dois pontos perdidos bem na minha cara e diz, vamos, diz se não é isso que sempre andou agoniando aí.e esses dias parecem tão longos, nos meus dedos magros. construo a curva da tua cintura na beira dos meus lábios. a insinuação de um bombeamento de sangue mais rápido, é normal. posso nunca perder os passos de mim. posso pra sempre me perder sem os teus passos. lutando contra a luva que não me quer entrar na mão. assim como as flores que não te querem voar pelas costas. que tu não queres jogar, não queres. mãos divorciadas, corações casados. cadê você agora? não se surpreenda se alguém bater à sua porta três vezes e gritar "sol!". e de repente, nada restar lá fora senão um poste de luz piscando. a chuva é coisa louca, tem gosto de beijo teu. a organização do teu cabelo na bagunça do cheiro dele. e os meus pensamentos têm a cor dos teus olhos.

e eu sei de cada...
eu sei.

cala-frio.

rosa e roxa e todas as cores, pra te agradar.
nenhuma, o branco da minha pele
o teu paladar.

nuca e pontos
pêlos e gostos
sou o teu arrepio


vem desejando
e segue com a língua
do mesmo indioma
pra ficar quente
e calar o frio.

quarta-feira, 18 de junho de 2008


se eu conseguisse dizer, você não acreditaria.

segunda-feira, 16 de junho de 2008

minha mão não enxerga um palmo na frente dela. soprar o vento nos meus próprios olhos porque só tu me consegues fazer chorar. eu não sou mais que um papel rasgado no canto da mesa que ninguém usa mais, assim sem. beijo as tuas cutículas e peço: deixa eu virar a tua pele deixa eu virar a tua pele deixa eu virar a tua pele? a minha ferida pulsante não quer conhecer outras areias. gosto das tuas pedras no meu sapato e do conforto do teu grito no meu silêncio. perco cinco pra achar um cinto apertando o meu estômago, pra conseguir respirar. é comprimindo. comprimidos jogados na pia, pra fora de mim, como água adentro. urina. eu não vou embora, eu só sei o caminho amarrado nos teus pés.

vírus.

porque o teu perfume lembra as outras pessoas, de mim. e continuar comendo as minhas próprias unhas por não poder morder o teu pensamento é meio. lambe os meus lábios e cospe vida nas minhas mãos. perdida sem saber como começar o novo parágrafo. por isso eu não paro e sigo em frente com pontos em seguida sem começar com letra maiúscula. a não ser que tenha o teu nome. porque o teu nome tem caixa alta em mim. te amo nas entranhas, que é por onde a gente vive. cinco passos pra frente e tem um buraco, o meu umbigo. mora em mim que eu não faço greve de fome. tremo no cair do teu silêncio e mergulho na lágrima seca do teu sorriso. porque não pintas logo o meu céu em vez de me fazer enxergar o vento? eu ando cega de mim. tenho uma fita na mão e não sei dar nó. vamos, eu nunca quis ser marinheiro. você é areia e eu sou pé com ferida aberta. essa não vai ser a última vez. e eu não sei escrever sem morder a tua língua. sentes o meu gosto quando eu me firo? eu talvez seja um vírus, precisando de ti pra me reproduzir. me reproduzo dentro do teu peito, pra chamar de meu a cada nova de mim. t e r r i t ó r i o.



domingo, 15 de junho de 2008

título pra quê?



eu não vou esquecer de nada que tenha o brilho dos teus olhos escondido num buraco feito por mãos pequenas. e construir um castelos de areia bem na beira da praia não é tão confiável, mas eu acredito que as ondas estão a nosso favor, se tu disseres. o caminhar do meu pensamento por entre o pulsar do peito, entre imãs que só atraem teus sorrisos: eu me sinto melhor. não chora enquanto eu não puder absorver tua tristeza com meus lábios. eu, presa entre aquilo que eu fui e joguei fora, não pra reciclar, mas pra alimentar animais doentes e o que sou agora, alimentando os olhos do sol e adoçando as nuvens. não há fechadura, nem portas. eu derrubei tudo, quando você apareceu. eu era só muros, agora sou nada. agora ando nua, porque você me desvenda até o último pêlo. mãos pintadas de vermelho, que se pintam de branco de pele e caem no gosto dos lábios. somos nós pintadas de nós mesmas. não quero voltar a enxergar. sou feliz cega, vendo apenas o que as brechas entre os teus dedos me permitem. o teu hálito é de me tremer a língua e eu entendo a tua pele, mesmo que.
acaso existe, sim, mas é assim:

há casos.

sexta-feira, 13 de junho de 2008

tudo.


deitada na grama do pensamento meu. olhando pro lado. vida por todo canto, se exibindo pra mim. e a morte se oferecendo em todas as coisas. mas eu não quero. roupagens novas para o mesmo e velho sentir do coração. ruas que me esquecem o nome e que travam a língua do meu cérebro. as pessoas dançam certo numa linha. porque as mãos não deslizam mais? vou escorregar pelo teu pensamento e te assaltar os sonhos, sem pedir desculpas. lugares vazios e outros marcados. eu vou beijar a tua cintura e chamar o teu arrepio de meu. sinônimos de ti, não existem. nada me diz sobre nada e continuo caminhando sem saber que pé por na frente primeiro, se ando torto ou não. o sapato anda apertado demais. ou será o peito? acho que o coração cresceu. talvez eu exploda e tu só percebas quando cair no teu teto, pedaços de ti. eu preciso acreditar que os meus olhos brilham mesmo quando os teus estão fechados. duas pernas com o teu nome, e cada passo ao teu encontro.
hoje amanhã hoje amanhã hoje amanhã. tu. ontem não existe.

quarta-feira, 11 de junho de 2008

um dia desses eu me caso com você.


qualquer dia eu levanto da minha cama, visto a primeira roupa preta que me vier na frente, arranco flores da casa do Sr. Romário - aquelas amarelas e as roxas bem pálidas assim, que ficam nos cachos de baixo- pego uma carona com alguém que esteja passando, na minha placa que vai dizer 'para a minha futura mulher' e uma seta. até chegar a porta da tua casa, com o coração cantado a marcha nupcial, todo agoniado, bater três vezes na porta pra dar sorte, me ajoelhar e pedir por-favor-claro-que-sim que sejas tu quem abra a porta, porque eu já vou tá lá ajoelhada e tudo e seria muito vergonhoso se fosse a tua mãe, por exemplo. e se fosses mesmo tu, eu puxaria uma bíblia, daquelas de bolso, minúsculas assim, e uma gravação de um padre consumando um casamento que eu gravei de um filme mesmo muito bonito. mas antes, aí vai o pedido:



eu tô aqui, amor, pra dizer que a minha vida tem um sol e um lugar pra ele, que é em toda e qualquer parte que faça a luz chegar em mim. eu quero que tu saibas que eu vou me fechar e dizer que sou fotofóbica, mas tu tens que chegar devagarzinho e ir tocando a minha pele com a ponta dos dedos, deixando pontinhos de luz por todo meu corpo, até cobrir tudo e dizer 'tá vendo? você é luz também, girassol' só pra eu responder que não, eu só giro porque sou girassol e você ponto fixo. sol. então vem comigo nessa estrada comprida. te carrego vezenquando, pode deixar.






i mean it.

bom dia.


sou eu rastejando feito cobra-música no rádio que só existe na tua cabeça. e tu és aquela música que eu quero ouvir. manhãs sendo descobertas com um nome sendo gritado na boca das crianças : não é o meu. o medo de que o dia chegue e eu esteja parada sem uma flor na mão. eu sempre tenho um ramalhete. os dedos atrapalhados e tremendo como formigas afogadas em água com açúcar: não se acalmam. tu és o último suspiro e sempre o meu mesmo pedido. páginas marcadas com sentimentos de que. preciso achar um bolso pra me esconder. talvez amanhã não seja tão rápido e haja mais tempo para as nuvens caírem e beijarem os machucados, tão doce tão doce. como passarinhos cantando em bemol. tayná, tu tens de ensinar a vida a andar. claro, mas antes eu tenho que aprender a não cair quando tu falares meu nome.

segunda-feira, 9 de junho de 2008

linha vermelha com você escrita em cima.


como passear os dedos pelo vazio de uma barriga faminta: por dentro. você sente a fome lhe morder os dedos. saltando do universo pra fora de si, ela sentia que a vida começava a brincar de suicida. aconchegando as mãos dentro do umbigo do sol. não me deixe levar com o soprar do vento. eu gosto de que as pernas se percam na confusão das ruas e você saiba qual é a minha. pela cor. pelas marcas. mesmo que você não saiba, eu gosto de pensar que. laranja não me cai bem, você salta pra dentro de mim. você é todas as cores que eu não aprendi a nomear, só reconhecer. porque eu te reconheci, quando te vi. eu achei um pedaço de papel com uma linha vermelha e prometi que seria o meu horizonte. escrevi teu nome nela. você é o meu horizonte vermelho, com sol se pondo e noite nascendo. eu te sinto nascer todos os dias. e você ainda germina em mim. vou dormir ao som do teu bocejo pra acordar à batida do teu coração.

sábado, 7 de junho de 2008

o amor tem menos formas que você.

sexta-feira, 6 de junho de 2008

tu.



então quando eu vi que tua mão tremia dentro da minha, eu senti o abrigo se construir ao redor. balançando as folhas da árvore, como nas madrugadas em que eu me levantava e tomava um banho frio de horas e deitava sem me enxugar nem me cobrir e dormia assim. as manhãs eram tão mais pálidas, com os lápis de cor perdidos pela casa. até você chegar e achar, um por um. estavam todos debaixo da cama, amor. você disse. é que eu tinha medo de ir lá embaixo e você não sabia. porque no escuro do entre eu e o chão, morava o medo de que eu me perdesse e não soubesse voltar, escalando o grito que talvez não desses. sem voz de socorro. as ondas batendo de leve na barriga da minha ansiedade, fazendo sons de mar em concha. mas eu nunca mais coloquei dedo sequer em água que não viesse de ti. nem quero. porque o meu chuveiro tem teu nome escrito. assim como as torneiras fazem barulho de ti. porque tudo que é claro e simples, me lembra (de ti). e tudo que é bagunçado e complexo, me recorda (de ti). tu estás bordada em todas as minhas roupas, salpicada em todos os meus perfumes. como a minha necessidade de dizer que te amo está na minha garganta, mesmo depois que eu engulo todas as nuvens e cápsulas.

traço.

então há o sentido e a falta dele. como quando eu abro os olhos de manhã e não vejo sinal de ti. como ontem quando passavas as mãos pelos meus cabelos e construias uma história com cada fio. e comias os meus olhos com os teus, lambendo os lábios com os dedos de unhas roídas, tão menores que as minhas. essa coisa de café e amor e pão quentinho. confortável como barriga de mãe e abraço de vento. não menos vazio, porém, quando se vai e abro os olhos. como se eu fosse um copo de plástico, o amor fosse algodão com água e você fosse o grãozinho de feijão, que vai crescendo dentro de mim. e continua. e eu não sou um jato d'água, eu sou uma gota. e tu não és um suspiro, tu és um furacão. feito teoria do caos. tu és toda a loucura da minha consciência. e eu te agradeço pelos dias em que eu não sei falar nada a não ser o teu nome, tão sonoro. que sai de mim com todas as forças e fraquezas em mim impressas e corrompe meus segredos e sigilos feito cofres decorados de veias e entranhas e ossos gravados com uma letra. uma. eu desenho um traço pra me controlar.






traçotraçotraçotraçotraçotraçotraçotraçotraçotraçotraçotraçotraçotraçotraçotraçotraçotraço








agora ultrapassei e você não me pára mais.



o meu pé vai formigar pelo resto da minha vida.

quinta-feira, 5 de junho de 2008

escada.

olho no fundo
ego da alma
espelho no chão
quebro o teto
olho de pedra
coração de vidro
cinco sentidos
um pedido
fundo do céu
limite é o poço
desço mais um pouco
te encontro lá embaixo
repito:
m
eu
amo
rmeu
amorm
euamor!
e sobes
pela escada
do meu grito.

terça-feira, 3 de junho de 2008

cair.

"destino é aquilo que sai de você e enfrenta o mundo"

meu peito aberto prum mundo fechado, o teu. não sou a manhã fria de um verão quente. sou o cobertor caído aos pés da tua cama, de tanto te mexeres enquanto dormes. eu caio de sono teu. eu sonho caindo por ti. eu caio sonhando contigo. e eu leio Caio quando quero sonhar contigo. sem graus pra medir a temperatura do teu olhar me seguindo as costas. eu sinto queimar como faíscas de um fogo de artíficio. os pêlos do corpo passeando apressados arrepiados erguidos na pele. pontinhos que formam, bonitinhos assim. sinal de que estás por perto. meus sinais te conhecem. eu faço sinais pra que me reconheças. um pequeno pedido proferido por lábios que sabem de vida e têm gosto de não-se-dizer como aquelas flores que eu nunca, nunca comi. eu comia flores pra ficar mais delicada. mas a delicadeza me foi embora e me ficou no lugar a saudade, por isso como nuvens. a necessidade da palavra prosa vento rosa por todos os cantos do quarto peito agora sempre. não quero fazer sentido se você é uma bagunça. já te dei a mão e já saltei contigo, só falta a gente cair. fall, you know? again.

crenças.

eu acredito no deus escondido no brilho molhado dos teus olhos, quando meus. e as tuas mãos bonitas como uma folha de papel, ainda em branco. és todo um caderno novo, onde eu escrevo a minha história com todos os erros, pois não tenho borracha e em ti nada se apaga. quando abres a boca pra falar, contas partes do que já escrevi. por isso eu sempre sei o que vais falar. eu escrevi o teu roteiro. que é meu. na verdade, eu nunca sei nada, porque tu escreves por cima, com caneta vermelha e a tua é mais forte que a minha. sobre tudo do mundo, eu entendo do batimento do teu coração. e da tua silhueta dançando com a sombra. e do teu sorriso flertando com o meu medo, formigando o meu pé. piso no chão pra sentir que tô viva e sinto nuvens. a tua. eu vou estar aqui até acordares. só pra te ver dormir de novo. eu te quero fazer dormir. porque eu acredito no deus escondido no brilho molhado dos teus olhos e no silêncio seco do teu sono.

sonho.


lá dentro do sorriso corrompendo os meus dias, mora o arrepio. saio do meu casulo pra te espiar fazendo café. pode fazer barulho, eu quero acordar. com e por. você cheira a coisa boa, quente e sóbria. tão alucinógena quanto aquela droga vinda das flores, do filme. sopro nos teus olhos o vento dos meus sonhos e choras um pouco. porque chorar é preciso. assim de felicidade bonita grande gigante. e medo. como os meus dedinhos tremendo de madrugada, sem que eu esteja tocando piano. mas como se o ar fosse um. e fizesse sons tão estrondosos que a casa toda acordasse, menos você, que era quem eu queria. queria que você acordasse pra me abraçar e reclamar de alguém pra eu me sentir bem. pra me sentir melhor pra você. e os meus cílios vão deslizando em ondas pelo teu corpo, te causando arrepios em círculos. eu abro e fecho os olhos tão devagar que me dá sono e acabo dormindo ali, beijando tuas costas com a vista. quando acordo, o travesseiro tá molhado e eu sozinha, de novo.

domingo, 1 de junho de 2008

espanholita.

ela abriu os olhos e o viu dormindo ao seu lado, roncando um pouco, o que achou bonito. o ronco dele parecia a dor tentando escalar o muro do corpo. foi quando se sentiu tão, mas tão só. yo no sé. a cor dos olhos mudando e o mundo girando, sem mudar de cor. o coração apertado contra as paredes internas que só tinham ouvidos vermelhos e ossos tão brancos e mordiscados. ela não poderia continuar assim, acordando de noite sem vontade de pensar em nada, achando o ronco dele bonito, tomando café pra não dormir mais e esquecendo dos remédios. queria encher as mãos de algo pequeno demais para os lábios adocicados de angústia. e quem disse que angústia é amarga, meu amor? escorre pela veia, o líquido pastoso branco sujo. pranto, não. gozo. não gostava daquilo. nojo? não, nem tanto. mas ela queria a delicadeza dos dias deixados em que ela era eterna. os seus dedos andavam, dedilhando o piano das paredes. ela desenhava o plantão da sua doença no ar da manhã. me voy. e ele acorda. bom dia, amor. buenos dias.

sábado, 31 de maio de 2008

se eu acender e soprar a mesma vela vezes sem conta até ela derreter todinha, é maior a probabilidade do desejo se realizar? (mesmo que não seja meu aniversário e não tenha bolo nem nada)

sexta-feira, 30 de maio de 2008

e tudo que ela fizesse, seria assim: como se ela tivesse nascido pra fazer aquilo, e cometesse o ato da melhor maneira.

quinta-feira, 29 de maio de 2008

thinking about you.


i love you, i have your toothmarks on my bones. your voice ringing on my ears saying you just woke up and you've got to go you've got to go because tomorrow will come and you haven't washed your hair yet. but your hair smells so good from here, honey. and my eyes, they won't close. so, late at night, i get up and start walking around the house. the dogs are laughing at me. are you laughing at me too, love? i wish i could laugh just like you do. your smile is so beautiful it makes me cry. i know you can't sleep, so why don't you call? i'm still awake. i'm always awake, for you. so i'll go outside. i need some wind kissing my hair. and i see you. i follow you everywhere. you look over your shoulder and see me looking at your feet. i wish i was your feet so you could lie your weight on me. i know you've been so tired. and that's why i just love looking at them. you are so shinny, like if your mother put a little neon flower on your head everytime you got out of home, when you were a child. then you got used to it and now you do it yourself. and your voice reminds me of all the lies i told to myself for so long and now have become trash. cause you are the truth. just like 2+2 is 4 and just like i'm always thinking about you. they can be better than me, but i dont care, i know you love me. i had this funny dream, you were jumping and saying 'come on see the stars in the ground they're screaming your name so please hold my hand forever i plead' . i did, so you fell down on the ground with the stars and said you were the moon and from now on i had to to my best to become a star but that it wouldn't be so hard since i was already so white and shinny. so i woke up crying cause i know i'm not so white and shinny but i so very am a star, if you are the moon.

quarta-feira, 28 de maio de 2008

se eu soubesse nomear o perfume do amor, eu diria que és tu.
e vice-versa.


" Quando vir sua flor, não deixe que nada se interponha em seu caminho."

o melhor seriado, e tenho dito.




Pushing Daisies.

terça-feira, 27 de maio de 2008

ponto fixo.

quando eu era criança, eu gostava de abrir os braços e girar. no começo, eu sempre caía, porque eu ainda não sabia direito como fazia. então, eu girava por um tempinho e poft, caía. depois, fui analisando as coisas e percebi: tinha que me concentrar num ponto só enquanto girava. se não fizesse isso, ficaria deveras tonta, caíria e ainda teria um enjôo horroroso que levava à vômitos, vezenquando. então passei a focar nos meus pés. não deu muito certo. daí, tentei focar no céu, funcionou como uma maravilha. acho, até, que foi aí que comecei a gostar tanto de nuvens. era como se quando eu girasse, eu fosse um liqüidificador e elas estivessem sendo liqüidificadas dentro de mim. eram minhas por aquele momento, as nuvens. e desde que aprendi a focar num ponto enquanto eu giro, nunca mais caí. então eu penso: se a vida fosse uma brincadeira de girar, você seria o ponto pra onde eu olharia.

segunda-feira, 26 de maio de 2008



passarinhos ou uma mulher?

sábado, 24 de maio de 2008

homesick.


as minhas mãos abrindo uma folha de caderno que contém o pedaço de vida que eu levo nos pés. eu não tenho nada a dizer a não ser que eu queria ser vento hoje e entrar em um lugar pra bagunçar os cabelos das pessoas e mexer nas coisas arrumadas. porque eu sacudo o que é estático só de olhar, meu amor. não que seja bom, nem é. eu só o faço porque não sei fazer mais nada. flores murchando e outras brotando. o que eu posso dizer? não é minha culpa. meu excesso de sono é tudo aquilo que ninguém sabe. é tudo aquilo que outrora eu fui. é tudo aquilo que eu quero ser. e só tô cantando hoje porque a música acabou. me diz o que pensas que eu ganho uma moeda. compro montanha e as movo por mim mesma, não por fé. não vou fazer nada que te desgaste o coração. deixa o meu quieto aqui dançando em uma caixa que não é de música e nem tem bailarinas de vidro. é uma caixa rasgada e muito feliz por ser uma caixa rasgada. eu não vou aceitar que a página seja arrancada sem que eu colha a lágrima que cai do botão de rosa. botão de rosa não tem casa, isso sim é triste.

quarta-feira, 21 de maio de 2008

i'm a jailbird to your music.


eu posso abrir os olhos e falar bem alto. eu não costumo, mas eu posso. na verdade, eu falo baixo e com os olhos meio cansados. eu me sinto mais leve, assim. natural. eu não sei cantar nem dançar certo, sei fazer tudo torto. tenho palavras nos meus bolsos rasgados e elas vão caindo pelo chão da tua rua. pisas e com isso, brotam luzes e flores e criaturas lindas. daí surgem os encontros de terceiro grau. pensar que tenho algo pra fazer mesmo quando eu não tenho, é uma vitória. eu queria mesmo era que os dedos não tremessem tanto. e que os dentes não quisessem brincar de pular. ficam pulando e se batendo fazendo crec-crec-crec, sabe? é bonitinho, mas as pessoas não gostam. ficar olhando pro nada é desenhar a vida no vento. perigoso perigoso. mas ainda assim muito bom. a maioria das coisas são assim, né? soltam faísca. mas pelo menos a gente a prende a não se queimar. ou se queima de vez, quem sabe. por isso eu tenho marcas e as cicatrizes são as formas mais bonitas de se dizer vivo. folhas que caem da árvore da minha cabeça, passeando na vida que não é minha e caem no chão que é do mundo. e o céu? o céu é teu. olha lá pro fim, o finzinho mesmo. tudinho tem teu nome escrito. não consegues ver? então olha pra mim. viu agora?

sexta-feira, 16 de maio de 2008

pedido, grito e nuvens.



[pequenas luas nos meus olhos, eu queria. eu não dormiria nunca, porque teria tanta tanta luz! mas é porque a noite chega e as luzinhas do meu quarto se apagam e não dá medo, mas bate uma dorzinha no peito e eu muito queria que algo pra iluminar, viesse de mim. de mim mesmo, sabe? não do pedaço que eu te dei. porque uma vez que eu te dei, já não é mais meu, certo? e eu mando uma parte minha triturada, feito purpurina. e brilhante assim, também. quero que me salpiques por tudo e diga que eu brilho. diz que de alguma forma eu brilho, vai.]


mão cansada, é minha. não sou mais o sorriso que aquela criança carregava no bolso. talvez tenha furado. mas eu adoro caixas rasgadas. daquelas que a gente guarda coisas tão, mas tão raras que fica pesado. coração, sabe? pois é. eu não sou chuva. estátua de sal. derrete e não colhes. como dar nó n'água? é só me pedires. mas no mundo de perguntas internas eu guardo um vento. vento que grita, mas não dá medo, não. se eu comprar uma flor? mas eu não tenho dinheiro pra flores. porque eu acho que flores valem tão mais do que vendem por aí. não compro. vou ganhar um jardim. planto flores e colho uma pra ti. as flores mortas são tão tristes. mas você é daquelas que só morrem pra nascerem mais bonitas na próxima vez. amores coloridos no vento, ele me conta. porque nós amamos o vento assim? talvez porque ele seja tão transparente e quieto. mas até o vento se revolta, às vezes. eu coloria. não seria fácil, mas eu coloria.


[grito]


soco no ventre

oco, o dente

quente, o outro

e eu fria

aos 40 graus.


então eu te plantei no meu jardim. nasceram flores carnívoras. dou pedacinhos de mim, à elas, todos os dias. não sei se você gosta disso, mas é tudo que eu tenho. queria não gostar de carne e não forçaria nada. mesmo gostando. então, tá certo, você me aparesse cantando piano. como canta piano, amor? me ensina? eu só sei cantar silêncio, amor. ao menos pela boca. são as minhas mãos que cantam a canção de vida de olhos abertos. que não são lua, não são.



[as nuvens]


nuvens rosa de fim de tarde colhendo com mãos de aconchego o sono que não tenho durante a noite. elas levam e chovem pra ti. não tens sono porque levaram embora com sorrisos feios feios. eu sei que o meu é mais bonito e te faria dormir. corro pra tua casa agora, tá? te digo que as nuvens me mandaram, com uma mensagem no céu e você vai ter que me deixar ficar lá. fugida do mundo cheio de mães e responsabilidades e medos. eu quero me esconder no teu umbigo e de lá, olhar as nuvens mais bonitas.


quarta-feira, 14 de maio de 2008

i wanted to be so perfect, you see.

sábado, 10 de maio de 2008

as flores de plástico não morrem, já disse alguém que eu não lembro.
mas eu só tenho as de papel,
e elas pegam fogo.

sexta-feira, 9 de maio de 2008

meus dois olhos abertos no escuro e shhhh:





você brilha.









[não tenho mais tanto medo.]

quinta-feira, 8 de maio de 2008

não sei nomear.


o que é algo 'não sei nomear'? bem, vou explicar. eu descobri, recentemente, isso de 'não sei nomear'. foi pensando: ah, eu gosto de sorriso de criança, eu amo balões e eu '...' sentir saudades. faltou uma palavra pra descrever. é além de gostar e amar. além de todas as palavra exaltantes existentes. procurei no dicionário e ele falhou, pela primeira vez. nem eu nem vocês saberiam nomear um sentimento que é maior que palavras, maior que sorriso, maior que coração, maior que alma. acho que um sentimento 'não sei nomear' é que é um sentimento de verdade. ele não se esconde em nomes. ele não é diminuído e banalizado. só que nem todas as pessoas podem sentir algo 'não sei nomear'. é raro, entende? por isso eu nunca tinha pensado nisso. porque não acontece em todos os mares nem céus. algo como isso só vem pra quem aprende a voar e tem mil sorrisos na barriga, no lugar de borboletas. mesmo que às vezes doa doa doa como farpa de madeira no dedo. caco de vidro no pé. cisco no olho.

e eu estou bem 'não sei nomear'.

segunda-feira, 5 de maio de 2008

não sei escrever.


a gente se levanta. ok, a gente se levanta. mas é tão rápido que a vista escurece e ficamos tontas. o pé formiga. daí dá o medo. a gente senta de novo. eu entendo, mas não gosto. pra quê sentar de novo se já tá de pé? eu não me sustento no ar, preciso da mão ali. na minha, segurando a minha "alma". não é confortável? um pouco, tem o nervosismo. e eu me pego roendo as unhas até sangrar. do meu cabelo cai a faixa. de trânsito eu não entendo, você sim. então eu corro e você anda. não não, o contrário. direções opostas? não sei. eu pintaria o mundo todo com a tua cor. esbanjaria sorrisos e você ficaria feliz e me acharia super saudável e tudo. ótimo. mas eu não sei qual é a tua cor. talvez sejas um arco-íris mais desenvolvido. e não tenho essa cor no meu estojo. então eu só imagino. imaginar é perigoso. mas hoje em dia, o que não o é? um dia de manhã pra não ser o dia inteiro, sabe? eu queria ver os vidros quebrando e te levar numa roda gigante. não ias ter medo. eu sim, talvez. passarinhos são delicados assim, eu não. sou a madeira do teu chão, a pedra do teu asfalto. e faço desenhos nas nuvens. pode olhar. vê! vê! eu fujo de mim. tá tudo bem, mas tá preso. o bicho aqui dentro de mim rosna e eu morro de medo. impulsividade não é bonito não, mas sou eu. deculpa. 'vou comer só um biscoito' e quando a gente vê, já comeu o pacote todo.

sábado, 3 de maio de 2008

girassol.



esperando chegar, eu deito aqui no sofá de casa e esse calor que eu finjo ser tu me deixa desesperada. fico de cabeça pra baixo, ligo o ventilador. sobra tanta falta que eu nem sei dizer. ai, ai, ai, ai. porque isso? colorir o vento e sorrir pro mundo. meu deus, eu que nem era, agora sou. por ela. ansiedade. fome, me alimenta. nem milagre, nem mil lágrimas. sorrisos bobos, veja você. eu sei que ela conhece tudo, eu sei. e eu sei que entendo os muros desabando dentro dela. não tenha medo, te faço uma coroa de margaridas.

quinta-feira, 1 de maio de 2008

sonho, nada.



i'm not sure that i'm right, but i hope you understand.

ouve, tayná, ouve. mas eu não quero nem tocar a minha pele, não. dói o vento. esse vento que conta tanta coisa, ele dói, sabias? colorir o ar é fácil, é só abrires a boca. então me fecha os olhos que eu não consigo mais dormir. me roubam os sonhos, me roubam as palavras e eu começo a ser só escrita. só papel. divorcio o meu peito do teu e eu não sou jesus, não sou. e sabes que corro, corro. te afoguei dentro de mim. já nem podes sair, sair já nem podes. eu solto a linha. eu escrevo uma linha. eu custuro uma linha. eu sigo a linha. eu não sei de nada, eu nunca soube. eu ainda nem nasci! ainda estou guardada no ventre de alguém (o teu?). nunca me venha a parir. não. quero morrer sem ter nascido. quero morrer engolindo o que vem de ti. quero.

terça-feira, 29 de abril de 2008

abro a boca pra respirar o nome dela.
e o sangue dança.

segunda-feira, 28 de abril de 2008

here comes my childhood.


pedaço de mim espalhado pelo corpo do mundo. eu não quero chorar hoje. correndo correndo correndo, até quando? não consigo falar e, por favor, não me culpe. são sentimentos que eu não conhecia e ainda não sei colocar pra fora. cuspir no chão, quebrar um copo. mãos suspensas no céu que não tem cor. o céu nem tem semáforos, veja só! verde, amarelo, vermelho. acho que a cidade precisa de mais azul. está sempre chovendo. não gosto das horas sozinhas. a solidão tem me cortado os dedos, mal posso escrever. um corte pequeno no mesmo lugar todos os dias, e teremos uma hemorragia. vai ver a chuva só veio me lavar do peito de vocês. por favor, não tomem banho. deixe que eu escorro no meu banheiro e entro pelos canos. banhem-se de mim. mas deviam aparecer os dias e me levar pra passear. não quero sorrisos, não quero. quero um rosto fechado e a minha mão aberta. o vento nunca foi tão. pra que concluir frases? eu sou só metade de mim, hoje. eu ainda não me terminei. faz isso por mim?
i had made you such a beautiful thing.
such a beautiful thing.
i'm so sorry you fucked me up.

domingo, 27 de abril de 2008

je suis la merde.


como se selam os lábios? assim, pensando num momento vago sem corpo meu. porque é tudo. entende? e não adianta quantas pedras caiam no meu sapato, eu continuarei andando. e sorrindo. sim, eu sorrio. porque o meu papel rasgou mas eu achei algo para pregá-lo na parede. e cortei de mim o melhor. mas não interessa, eu sorrio. felizes mesmos somos nós, os loucos. e eu devo mesmo não ter consciência. tomo banho de dor nas costas. tudo bem, faço massagem em mim.

quarta-feira, 23 de abril de 2008

sorte.


fechar os olhos pro mundo. eu, cansada. as mãos fraquejando por cima do papel molhado. onde está o sol pra secar a pele e as palavras? tudo manchado. olhos manchados, porque eu sou um desenho. daqueles rabiscados, como as letras na minha mão. e as estrelas no chão, tentando ofuscar o brilho da lua, estando mais perto. mas as estrelas brilham mesmo mais, pelo menos pra mim. e eu tremo quando foges. porque eu vivo fugindo daqui de dentro, também. quase nunca tem volta, um sorriso a menos. fecho uma mão, abraço-a com a outra. as mãos têm mesmo sorte, nunca estão sozinhas. e os pedaços de mim que deixei pela rua, contam uma história bonita. menos vazia. o corpo balançando num pneu pendurado numa árvore. é bonito. as coisas adquirem um brilho maior, quando estão deformadas pela velocidade. mas eu sou lenta e tu já corres. então, que me esperem os caracóis, levo minha casa nas costas. vamos nos apaixonar pelo mundo, antes que ele morra. ou, talvez, nos apaixonemos mais se ele já estiver morto. não é assim com os poetas? mas eu nunca soube escrever.

quarta-feira, 9 de abril de 2008

correr.


vou abrir a boca pra me engolir. aquele sol lá fora não me toca mais como esse vento artificial, vindo dos sorrisos que eu perdi. minhas mãos estão quietas, porém correndo. "quero correr até não ter mais pernas", ele disse. e eu não soube responder, eu não soube. talvez porque eu também queira. e eu nunca soube correr, não como as outras pessoas. eu corria sobre cacos de vidro e contemplava as pegadas que me seguiam, isso serve? ao menos eu tinha companhia. o gosto amargo que não depura, já disseram e eu não entendia. até hoje não, mas eu sinto. sinto descendo pela garganta e parando no coração. tenho ligações por dentro do corpo que ninguém mais tem. você não entende nada. não quero ir embora, mas você vem comigo? aqui não chove, não agora. estou com calor, preciso ficar nua pra contemplar o que é teu. vestido ninguém passa de mais um. as pessoas se fantasiam com suas roupas. eu me fantasio com a minha pele. deixe eu derramar nas tuas veias. me deixa transbordar de ti. não te recuses. não sumas e nem corras, porque ainda tens pernas (e muita carne nelas). porque quando abrirmos os olhos, os meus terão tomado banho. e os suspiros formarão uma sinfonia e tu me beijarás e dirás que está tudo bem, que me amas e não vais me deixar. mas eu não quero ouvir isso. eu quero ouvir que eu preciso de conserto. que eu estou doente e que a vida me dói no pensamento. porque eu sei que me amas e que não vais me deixar, mas eu preciso que tu saibas que eu ando doente, e muito cansada. e que eu te amo, mas isso és tu quem já sabe. não vou mais escovar os dentes, não quero perder o gosto. gosto de quê, amor? gosto de mim na boca amarga da manhã. gosto teu no escurecer do dia. os dias escurecem porque eu fecho os olhos e continuas acordada. devias dormir. eu devia levantar e passar um café. eu devia acordar e fugir de casa. até não me sobrarem mais pernas.

fuck you, fuck me, fuck all people, fuck children, fuck peace - nos sonhos.

eu chorava e tu rias.
eu te batia e tu me beijavas.
eu morria e tu beijavas outro.
porque?
eu não quero mais isso.
eu não quero mais sonhar.
me dêem uma pílula anti-sonhos.
eu quero viver com insônia
eu nem quero mais pensar.
os meus dedos feridos
que em contos oníricos
não passaram pelo teu corpo.
nunca mais.
não sorri pra mim
não diz que foi só sonho
o que dói aqui dentro
não pára de doer
quando eu acordo.
guarda as palavras de vai-ficar-tudo-bem
no fundo do teu coração que não
é mais meu (por enquanto).
não quero ouvir,
os sonhos me surtam efeitos assim
você já devia saber.

quarta-feira, 19 de março de 2008

can i be your favorite song?


são as horas do meu pensamento que me deixam vagando pelos fios do teu cabelo. onde estão tuas mãos que enchem meus olhos de lágrimas e o peito de suspiros? onde está a minha respiração quando não perdida por tua causa? levemente, os dedos se movimentam, formando conjunto de sílabas. nada faz mais sentido agora. nesse exato momento, eu não faço sentido. cadê você? quero ser a tua música preferida. quero que me ouças o dia inteiro, quero que apertes a tecla de repetir e que chores me ouvindo. quero que sorrias com o soar da minha primeira nota. quero que dances sozinha. mentira, quero que dances comigo. só comigo. porque é só contigo, que eu dançaria. porque eu não sei dançar, amor, eu não sei dançar. danças torto comigo, danças? eu tenho passos feios guardados aqui no bolso das calças. posso fazer furo nelas, para que eles escapem, se me convidares para dançar.posso ser a música que fazes com os pés? posso ser a música que os teus dedos fazem quando são estalados? posso ser a música do teu cérebro trabalhando? e ele não descansa. eu só sei que eu te vejo e meu corpo não aguenta. sei que eu sei muita coisa, só de te olhar. enquanto eu ter algum sentido, na minha falta de sentimentos que não saudade, quando você não está, te imagino sorrindo por entre as coisas que eu não sou nem estou e és linda. és tão mais linda que tudo que eu já imaginei. meu amor, és mais linda que a minha música preferida.




mentira, porque tu a és.

segunda-feira, 17 de março de 2008

cotidiano.


eu queria que me visses agora.
hoje, eu queria que tivesses pena de mim,
hoje, só hoje, eu queria que chorasse tuas lágrimas
em cima das minhas
e que misturasse o teu gosto salgado
com o gosto de mar salgado
delicado,
meu.

amanhã, quererei eu que me esqueças
e que não me perguntes como estou
que sorrias pra todos na rua
e não te perguntes como eu vou
voltar para casa.

mas ontem, amor
ontem eu quis que tu me colocasses num altar
e não sentisses pena
e não me esquecesses
eu só queria que me exaltasses
como eu fiz e faço
como eu sorrio e abraço
todos os teus traços, erros, medos, gritos
todas as vezes.

quinta-feira, 13 de março de 2008

e se eu...


hora, luz, caindo.
me dá a mão que eu não vou embora.
agarra a loucura, vai,
agarra!
não és sã!
não és santa,
mas tens altar.
no meu peito alvo
no aconchego no meu abraço
e no tempo do meu sono.
olhos baixos pro chão
marco a vida com pegadas
vais seguir?
vens atrás de mim?
como posso ir sem saber
se vens comigo.
vem comigo.
eu perdi as palavras
eu beijei o vento.
solto devagar
o laço do teu vestido,
o laço da minha vida
preso no teu pulso,
uma pulseira.
está apertada, amor?
não a deixe cair no chão.
mas e se eu cair...

segunda-feira, 10 de março de 2008

por você eu plantaria um jardim.



[Remember me when you're the one that's silver screened
Remember me when you're the one you always dreamed
Remember me whenever noses start to bleed
Remember me, special needs]

quando as mãos tremem e eu não consigo parar. são os cacos de vidro que deixamos no chão, são eles, meu amor? quando sobrou no canto dos meus lábios, meia palavra que fosse, e levaste-a com o simples pousar dos teus olhor distantes em minha boca. foste tu? ai, se não foste. porque eu precisava respirar mais rápido que corrias e eu não conseguia porque eras tão rápida que te foste muito depressa lá pro outro lado, o outro lado do muro e eu nunca o quebrei. sabes como quebrar muros, amor? eu não tenho força. nunca tive. tu tens. eu tenho remédios, vários deles, serve? tu não tens. ou tens? meu horário se conta por suspiros mas eu não tenho mais fôlego. eu perdi os dentes construindo castelo de fada-dos-dentes, eu não tinha dinheiro pra um castelo de verdade, desculpa. de que me adianta os jardins? já florecem em mim todas as flores. eu nunca conheci tanto sobre elas. eu nunca mandei flores pra alguém que amo. acho que eu plantaria um jardim, no lugar disso. por você eu plantaria um jardim. todas as pequenas coisas do mundo. eu faria uma criança sorrir, por você. eu até faria um vestido de noiva com pétalas de flores do teu-nosso jardim, pra você. duvido que qualquer outra pessoa faria tudo isso. mas ainda acha que não. não importa, o que me interessa é que eu faria.


eu te amo.
[tem brasileiro até na cratera que eu construí debaixo da tua casa sem nacionalidade, tem sim.]

sábado, 8 de março de 2008

la jeune fille aux cheveux blancs.


{às vezes vem como se uma onda se perdesse naquilo tudo que eu joguei no mar. no dia que as ondas forem embora, pra onde irão os namorados que gostam de praia e pôr-do-sol com vento e areia e bichinhos nos mordendo a perna? pra onde vão todas essas coisas que a gente joga fora e eu não sei reciclar? porque eu não sei reciclar mesmo nada, era mentira. eu queria saber reciclar os dias. mas há dias que eu queria jogar fora assim pro lixão. }

nas tuas mãos, escritas com o meu nome em azul, o azul da manhã entre os sonhos que nos caem sobre os olhos, todas, todas as noites que não querem nos ver dormir. nossos olhos são mais bonitos abertos, porque olham o mundo juntos, amor. e quando te pegas a pensar porque disso e daquilo, te digo: a filosofia nada sabe, deixa que eu te explico tudo com a minha respiração que só não é um gemido porque antes, é suspiro. o meu desejo de voar, enquanto sentas nessa cadeira que não é torta porque a fizeste com as tuas mãos brancas com o meu nome em azul, que se faz vermelho, como uma torta de morango com cobertura de algo colorido que ao morder, vem o recheio. tu tens recheio. e são os meus cabelos brancos que não tocam as nuvens quando eu as invejo, por estarem tão no céu quanto tu, enquanto dormes e eu acordada, conto nos dedos as horas pro outro dia, que seja melhor e doce, sempre doce. e isso é raro, de eu estar acordada. porque eu gosto de dormir e porque os meus olhos seguem o ritmo dos teus, porque os meus olhos gostam de estar no mesmo mundo que os teus, sempre.

quarta-feira, 5 de março de 2008

a voz vai embora de mim.

eu chego com a dona voz que tá correndo. chego, ofegante perto dela. a pego pelo braço, aperto forte mesmo e pergunto:

posso ir com você?

segunda-feira, 3 de março de 2008


um sorriso no canto dos lábios? a flor murcha de dor dor dor. sobre os canteiros da alegria da casa ao lado, a consciência cai nos lábios e corta, não posso mais sorrir. que se vá com as nuvens, o anjo. mesmo que se vá com o médico, os órgãos. quem disse que não se opera a alma? quem disse que não se vai sem dizer adeus? eu esperava mais como esperava-se mais das flores no inverno. mas elas morrem com o peso da neve. essa neve branca. branca ou negra? eu esperava que o vento trouxesse algo diferente do frio nessa cidade quente. eu esperava mas eu não podia esperar porque eu estraguei as uvas com os meus pés descalços. eu não faço vinho bom. a flor despetalada, entrelaçada no caos. a morte da flor, saiu no jornal. as minhas raízes corroídas pelo que deixou cair do ontem. eu mereci o desaparecimento do amor na floresta. quem salvará o mundo do desvanecimento? eu desfaleço. eu caio. eu me arrasto e abro a a porta com os dentes. não tem nada. e o vazio do outro lado me espera. porque foi sempre o vazio quando não foi mais. she loves me, she loves me not. as flores morrem pra saber do amor. e a gente sempre dá um jeito, de nos amarem no final.

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

o gosto meu.



são, talvez, as minhas mãos perdidas no que eu esqueci de dizer. eu não queria deixar de respirar no momento que você me pediu pra ficar. mas eu precisava ir. e os múrmurios do vento me diziam mais que a tua voz insistia em gritar. eu não ouvia, eu estava surda pro mundo e só sentia o toque do único fio que se desprendera do meu coro cabeludo e tocava, levemente, as minhas costas, me fazendo arrepiar os pêlos todos. aquele calafrio. tu podias sentir ciúmes do calafrio, eu sentiria. e todas as pessoas lá foram caminhavam para um outro lugar, um lugar que querias ir e de onde eu fugia. elas olhavam para um ponto fixo no céu e eu, ai, eu olhava para um ponto fixo nos teus olhos que não estavam turvos. os teus olhos estavam secos e os meus, os meus já eram só água. os meus não eram mais olhos, os meus eram mar e ardiam. os meus dentes batiam uns nos outros, como se quisessem beijar-se. meus dentes queriam beijar-se de medo. eu tenho medo que meus dentes vivam sozinhos na sua imensidão branca, meio amarelada. porque eles têm frio e os teus vivem abertos ao mundo, enquanto os meus ficam guardados, bem guardados na sua casa gelatinosa de gengivas e salivas e lábios. o meu coração canta algo como uma melodia fraca, batidas doentes que se perdem porque não escutas. se eu pudesse fazer com que escutasses, talvez não tivesses tanto medo. é doente, são batidas doentes. mas o que é mais saboroso do que a tentativa derradeira de um coração doente de fazer com que escutem a sua batida pequena? se conseguisses escutar o coração, escutarias os ossos dos meus dedos que tremem. as minhas veias que se contraem. o sangue que circula vagarosamente. as pálpebras que abrem e fecham. o ar, que entra e sai. a voz, que quase não sai. acima de tudo,se escutasses o coração, saberias como é ser eu.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

ingredientes para a experiência de hoje:

- 1 rio
- várias pedras

agora você está pronto para brincar de Virgina Woolf!

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

são mil agulinhas entrando em mim, e elas são você.
são meus pés dançando em cacos de vidro, e eles são você.
são minhas mãos amarradas em cordas apertadas, e ela é você.
são espinhos de rosas cortando meus dedos, e eles são você.
são grãos de areia entrando nos meus olhos e me fazendo chorar, e eles são você.
são as lágrimas ardendo forte nos meus olhos, e elas são você.

é tudo que dói e me faz sorrir depois,
porque é você.

domingo, 17 de fevereiro de 2008

frágil
frágil
frágil
frágil
frágil
frágil
frágil
frágil

pessoa frágil, entendeu?

eu disse frágil. frágil.
i love you with my arms quite open, you know? and when i think of you all the birds in the world start flying and this hot city of ours start getting really cool because their wings make this wind and we can walk around without sweating or anything. have i told you i love when you smile? yes, i do. your smile smells like flowers smell when its my birthday, you know? and flowers smell better when its my birthday because my mom is the one who gives me them. actually i dont like my birthday, but i do like florwers, and my mom. from time to time. so, please, keep smiling, love, keep smiling.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

you don't have to be so sad.


o que o rodolfo não sabe é que quando eu quero chover assim, é só eu pensar nele e no seu sorriso curto que o meu coração começa a florir mil flores amarelas, sabe? e eu não gosto quando ele tem falta de ar porque, por mais triste que seja, eu gosto quando ele suspira assim fundo. e gosto de contar quantas vezes ele o faz, pra ver se anda melhorando. eu gosto, também, rodolfo-flor, quando falas. meu deus, como eu gosto da tua voz. essa voz calma, voz de quem já sofreu muito e continua vivendo. voz de quem já morreu várias vezes. voz de quem ama mais que pode suportar. e me sinto mais viva, por ser uma das que ama. e a minha alma se delicia com a tua presença. seja a que eu posso tocar, ou não. é por seres e estares que existo nessa intensidade, entendes? i bless and curse the day i met you, sabe porque? porque desde aquele dia, me tornei dependente de ti. não posso passar um dia sem tuas palavras, nem que seja um 'oi'. porque um 'oi' teu é como um 'oi, T, você é uma pessoa especial, eu a amo e as tristezas existem mas vão passar, talvez não, os fantasminhas estão aí, mas eles são pequenos comparados ao nosso amor, por favor, não se assuste.' sabe, rodolfo-flor, você é assim, único demais. eu gostaria que um dia a gente pudesse ir pra Paris e subir a Torre Eiffel e não sentir vontade de pular de lá. o que seria lindo. imagina só. se for pra morrer, que seja contigo. esse é o plano, não é? não vá antes de mim, por favor. ou as minhas flores vão todas murchar e as estrelas vão todas deixar de brilhar e o mundo se tornará um breu só porque o sol esquecerá o seu brilho em casa e perderá as chaves e a lua, ah, coitada da lua, essa ficará em constante eclipse. sem falar das pessoas que não vão mais se amar e serão tão, mas tão sozinhas que a solidão delas acabará esculpindo os meus ombros quando se esbarrarem constantemente comigo pelas ruas. isso, se eu durar por muito mais tempo, também. eu te amo tanto, que eros tem inveja de tanto amor, eu juro. portanto, quando tudo começar a doer assim, transfere pra mim, eu aguento. prometo que aguento. ou finjo aguentar, não tem problema. faz assim, ó: abre a boca e grita. grita bem alto.

grita até todas as dores não aguentarem mais o barulho e irem embora.
é assim que eu faço.

{bom, as dores geralmente têm problema de audição e usam aparelhos auditivos telex e são muito espertas, os desligando nessas horas. mas se fores rápido, consegues pegá-las de surpresa. vale a pena tentar.}

domingo, 10 de fevereiro de 2008

sobre o telefone.

o telefone só grita
porque a minha voz
é deveras baixa
pra chegar até
a tua casa.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008


you're so beautiful my heart almost forgets
beating.
i swear.
and i talk to you
in my imaginary swedish.
really.
my friend sofia,
she tries to teach me
but i'm too dumb to learn it,
i think.
maybe i should get one of those books
like 'swedish for dummies'.
all i know is
jag älskar dig.
but, i don't love you yet,
i just really really like you
and your songs make me
feel like dying and living again.
and that's great, you know
because sometimes
i really need to feel like dying.
don't you?
i hope you don't.
even though you have such a sad voice.
i want to know what's your favorite flower.
i want to buy me one.
because i can't send one to sweden
cause it will get there
but dead.
do you like dead flowers?

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

hoje teu nome apareceu duas vezes em mim.

domingo, 3 de fevereiro de 2008

além das palavras.

é o teu cabelo,
que não me toca o ombro
que me lembra
das paisagens
que nunca vi
com esses olhos teus
que são meus,
por direito
e amor.
e és tão linda
quanto as tuas mãos pequenas
com unhas roídas
e tão bem trabalhadas
e cansadas.
teus olhos sustentam a dor
de um milênio
que guardas com um sorriso
que ninguém sabe
que é um choro contido.
a não ser,
eu.
eu me perco
eu te acho
eu pulo
e caio
sem te machucar
a mim.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008


[ a foto do Eric é só ilustração]


eu tenho saudade dos cheiros
aos quais nunca cheguei perto.
como o cheiro de uma orquídea fantasma
que aparece naquele filme,
'adaptação'.
que me faz pensar que é sempre assim,
não é?
a gente faz as coisas
desfaz
faz de novo
e, a todo tempo,
tem que tá se adaptando.
eu não gosto disso.
não gosto mesmo.
não gosto de me adaptar com a falta que fazes.
e de como eu tenho que guardar em mim, isso.
porque não se pode gritar, porque?
você não me deixa gritar.
você não me deixa gritar.
e as minhas cordas vocais são de ferro,
imagine!
vão enferrujar,
vão enferrujar
e eu não vou conseguir dizer mais nada
nem quando você quiser.
eu quero ficar sozinha.
por favor, me deixa sozinha.
aí você vai e me deixa sozinha.
mas não entende.
você não entende nada.
não entende que quando eu digo 'eu te odeio'
quero dizer 'eu te amo'.
quando eu digo 'me deixa'
quero dizer 'vem, me abraça por trás e diz que vai ficar tudo bem'
quando eu digo 'tô bem, e tu?'
quero dizer 'tô muito mal e não me interessa muito como estejas agora, porque não tá pior que eu'
e mais, quando eu digo que não me importo com como você esteja,
é mentira,
eu me importo mais que comigo mesma.
você não me conhece,
desculpa.

too sad to give a fuck.


i'm not ok
really, i'm not o fucking k.
all i really needed right now
was a bit of attention.
do you remember the day
i took all those meds?
oh, baby,it was just because
i wished you cared for me
without asking me
time after time
what was wrong.
because i really
i really dont know
what's going on
with me
sometimes, my love
i just wish i could sleep
till you came home
with an apple
or a strawberry
and woke me up
with a warm warm
kiss.
but you don't.
you don't.
i know i would.
so, please don't drag my love around
like that
let me be
i'll crawl till i find your body
with that perfume
you always wear
that is almos a part
of your skin.
so, let me not shine today
please, understand i'm not ok today
i'm not ok today.
i'm sorry, my love.
bring me your body
and i'll give you my soul
today i have nothing
but the sorrow
runing through my face
would you run with it?
would you be one of my tears
and fall, just fall
in my nice cup of tea?
i'd taste better.
i'd taste better.
come home, my darling
come home and tell me today
the sun didn't smile for you
that you are such a mess
just like me
i'm missing the days
i was sadder than her
would you make me fell sadder
than you?
even though you're never sad.
you're never sad.
i like repeating words
i think they look nicer
and stronger -
even though i'm weak-
this way.
please, tell me it will rain on us
tell me it will rain on us.
i'm too sad to give a fuck.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

eu fiz o pacto e sangrei sozinha.

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

nina-nina little star.





você é linda como eu nunca vou ser.
tem olhos de chocolate
e cabelo de açúcar.
toda vez que eu vejo uma estrela cadente
eu fecho os olhos
e aperto os dentes, pedindo:
querida querida estrelinha,
quando eu crescer
eu quero ser
igual a nina.
mas eu sei que não dá
porque você é única
e eu não queria mesmo
que existisse outra
como você.
portando, nina-nina
não chore mais,
apesar de ficar mais linda chorando,
não chore mais.
porque se você se afoga
eu não vou poder te salvar
mesmo que eu aprenda a nadar de novo
caso você precise.
eu te amo tanto
que as flores temem
me amar tanto assim.


domingo, 27 de janeiro de 2008

eu queria que você viesse.

I hope tonight
You will touch my hair
And draw ghosts on my back


eu queria que você aparecesse hoje. é, eu queria que aparecesse e que me trouxesse um morango. caso não esteja na época de morangos, traz um jambo, que eu sei estar na época de jambo porque hoje eu vi umonte estragado no chão. eu queria, também, que você colocasse uma estrelinha nova no meu céu artificial e fizesse cócegas em mim até eu ficar com dor de barriga de tanto rir. eu tenho gostado bastante de rir, mas ia ser melhor se você estivesse aqui, causando o riso. porque, sabe, vou contar um segredo, eu até esqueço de rir, quando você não está. não, não é por tristeza não, nada disso, é só que. se você aparecesse aqui e agora eu acho que suspirava mais alto que todos os suspiros do Eric juntos. e o Eric suspira mesmo alto. eu acho que faria coroas de flores que eu ia danar a colher pelos jardins dos meus vizinhos, correndo o risco de me pegarem e me expulsarem pra sempre desse mundo vazio, mas tão vazio quando você não está. eu até cantaria au revoir simone amorzinho pra você. fazendo vozinha de choro quando ela diz 'play me a sad song, cause that's what i wanna hear'. eu gosto mesmo de músicas tristes. se você vier, eu prometo que faço bolinhos tão mas tão lindos quantos os da charlie. eu escrevo poeminhas tão bonitos e doces e tristes quanto os da nina-nina little star. e você sabe o quanto eu gosto dos poeminhas dela. e eu sei que nunca conseguiria fazer igual, porque a nina tem dedinhos de açúcar e pensamentos sabor tutti-frutti. então, você vem? vem, por favor. eu até pinto um mapa na minha barriga e digo que ali, no meu umbigo, marcado com um 'x' vermelho é que você tem que morar. e comigo. eu faço uma dancinha bonitinha de papai noel do shopping iguatemi, pra ver o teu sorriso bonito. eu acho o teu sorriso muito bonito mesmo, sabia? aparece, vai, aparece e me diz que os sonhos são só sonhos e que palavras de amor velho não podem ser usadas com amor novo porque machuca. machuca mesmo, viu? mas não tem problema não, eu já passei por isso. então vem, vem que eu te faço uma maquiagem bem colorida assim com as minhas sombras bem coloridas assim. e salpico purpurina no teu cabelo pra eu achar que tem milhões de vagalumes nele. eu tenho medo de insetos, mas acho vagalumes lindos. acho que se eu fosse um vagalume, não ia parar de bilhar, quando você viesse aqui. você deixava eu ser um vagalume que não pára de brilhar quando tá perto de você, só pra você desse jeito? você você você. acho 'você' mais bonito e 'tu' mais poético. agora não me pergunta a diferença entre bonito e poético que, pra mim, não há. mas eu sei que você não vai perguntar porque o silêncio é mais bonito, como observar um avião em câmara lenta. e esperar que ele exploda, claro. porque não tem semáforo no céu, não tem.

então, por isso e mais milhões de coisas que eu fico meio coisa de dizer, eu queria que você viesse. mesmo que não trouxesse morango nem jambo. eu queria que você viesse.





[eu escolheria você, pra voar comigo.]

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

eu vou escrever um texto lindo hoje.
mas só mais tarde, agora tenho de sair.

domingo, 20 de janeiro de 2008


would you come and visit me?
maybe you should miss your train
by mistake not mistaken
and knock on my door
when it starts to rain.
with my blue umbrella
i'd make you come in.
i'd make us coffee
or maybe,
you'd prefer a cup of tea
i'd tell you of how i've grown
a better human being
and you'd tell me
'remember when you said
you were a human bean?'
and we'll both laugh
or maybe only me
because i never said that
even though i thought of it
but was too ashamed
of telling you
such a silly thing.
i'd ask you
to sit next to me
on my couch that is so old
but so cozy.
it's black and blue and red
black, because of you scarf
blue, because of the sea
and red, because of the love.
so, wont you
wont you come and visit me?
i promise i wont do anything at all
i'll just listen you say
all the words i couldnt listen
when we talked
by the phone.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008


eu tenho medo de dormir,
por isso fico acordada
conto as estrelas do meu teto
e bocejo pro nada.
cheia de alguma coisa ruim
sopro pra longe qualquer suspiro
hoje dói porque é preciso
e não tenho vontade
de fazer parar.
as folhas lá fora caem
e eu aqui,
sem conseguir dormir,
suspensa na minha própria árvore,
querendo cair.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

EU TE ODEIO.

domingo, 6 de janeiro de 2008

eu (espaço) nada.


eu quero escrever em prosa
todo o sabor que me cobre o pensamento
espalhar pelas ruas das palavras
as despedidas dos versos

em cada vão momento
que me fecharem os olhos
com a mão da solidão
e eu derramar
sem medo, com pavor
os segredos do coração,
perdoa-me.

e os pianos dançam
na sua melodia de dor
e eu queria mesmo
era a tua mão
ou as flores murchas
de uma primavera
que inventei
pra ver teu jardim mais bonito.

eu, que tenho um colo de flores
esqueço de as regar
e a chuva que procuro
cai como gelo na pele
que não esquenta
não foge
só lembra.
e eu,
eu tento esquecer.

enquanto as folhas caem
junto dos trovões
e a tempestade
embala a minha rede,
costuro futuros com os dedos e fios de cabelo
que me caem até o chão
que ninguém pisa.

então, voa
voa com as asas de ontem
que o hoje não presta
e o amanhã
não existe.

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