quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

o gosto meu.



são, talvez, as minhas mãos perdidas no que eu esqueci de dizer. eu não queria deixar de respirar no momento que você me pediu pra ficar. mas eu precisava ir. e os múrmurios do vento me diziam mais que a tua voz insistia em gritar. eu não ouvia, eu estava surda pro mundo e só sentia o toque do único fio que se desprendera do meu coro cabeludo e tocava, levemente, as minhas costas, me fazendo arrepiar os pêlos todos. aquele calafrio. tu podias sentir ciúmes do calafrio, eu sentiria. e todas as pessoas lá foram caminhavam para um outro lugar, um lugar que querias ir e de onde eu fugia. elas olhavam para um ponto fixo no céu e eu, ai, eu olhava para um ponto fixo nos teus olhos que não estavam turvos. os teus olhos estavam secos e os meus, os meus já eram só água. os meus não eram mais olhos, os meus eram mar e ardiam. os meus dentes batiam uns nos outros, como se quisessem beijar-se. meus dentes queriam beijar-se de medo. eu tenho medo que meus dentes vivam sozinhos na sua imensidão branca, meio amarelada. porque eles têm frio e os teus vivem abertos ao mundo, enquanto os meus ficam guardados, bem guardados na sua casa gelatinosa de gengivas e salivas e lábios. o meu coração canta algo como uma melodia fraca, batidas doentes que se perdem porque não escutas. se eu pudesse fazer com que escutasses, talvez não tivesses tanto medo. é doente, são batidas doentes. mas o que é mais saboroso do que a tentativa derradeira de um coração doente de fazer com que escutem a sua batida pequena? se conseguisses escutar o coração, escutarias os ossos dos meus dedos que tremem. as minhas veias que se contraem. o sangue que circula vagarosamente. as pálpebras que abrem e fecham. o ar, que entra e sai. a voz, que quase não sai. acima de tudo,se escutasses o coração, saberias como é ser eu.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

ingredientes para a experiência de hoje:

- 1 rio
- várias pedras

agora você está pronto para brincar de Virgina Woolf!

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

são mil agulinhas entrando em mim, e elas são você.
são meus pés dançando em cacos de vidro, e eles são você.
são minhas mãos amarradas em cordas apertadas, e ela é você.
são espinhos de rosas cortando meus dedos, e eles são você.
são grãos de areia entrando nos meus olhos e me fazendo chorar, e eles são você.
são as lágrimas ardendo forte nos meus olhos, e elas são você.

é tudo que dói e me faz sorrir depois,
porque é você.

domingo, 17 de fevereiro de 2008

frágil
frágil
frágil
frágil
frágil
frágil
frágil
frágil

pessoa frágil, entendeu?

eu disse frágil. frágil.
i love you with my arms quite open, you know? and when i think of you all the birds in the world start flying and this hot city of ours start getting really cool because their wings make this wind and we can walk around without sweating or anything. have i told you i love when you smile? yes, i do. your smile smells like flowers smell when its my birthday, you know? and flowers smell better when its my birthday because my mom is the one who gives me them. actually i dont like my birthday, but i do like florwers, and my mom. from time to time. so, please, keep smiling, love, keep smiling.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

you don't have to be so sad.


o que o rodolfo não sabe é que quando eu quero chover assim, é só eu pensar nele e no seu sorriso curto que o meu coração começa a florir mil flores amarelas, sabe? e eu não gosto quando ele tem falta de ar porque, por mais triste que seja, eu gosto quando ele suspira assim fundo. e gosto de contar quantas vezes ele o faz, pra ver se anda melhorando. eu gosto, também, rodolfo-flor, quando falas. meu deus, como eu gosto da tua voz. essa voz calma, voz de quem já sofreu muito e continua vivendo. voz de quem já morreu várias vezes. voz de quem ama mais que pode suportar. e me sinto mais viva, por ser uma das que ama. e a minha alma se delicia com a tua presença. seja a que eu posso tocar, ou não. é por seres e estares que existo nessa intensidade, entendes? i bless and curse the day i met you, sabe porque? porque desde aquele dia, me tornei dependente de ti. não posso passar um dia sem tuas palavras, nem que seja um 'oi'. porque um 'oi' teu é como um 'oi, T, você é uma pessoa especial, eu a amo e as tristezas existem mas vão passar, talvez não, os fantasminhas estão aí, mas eles são pequenos comparados ao nosso amor, por favor, não se assuste.' sabe, rodolfo-flor, você é assim, único demais. eu gostaria que um dia a gente pudesse ir pra Paris e subir a Torre Eiffel e não sentir vontade de pular de lá. o que seria lindo. imagina só. se for pra morrer, que seja contigo. esse é o plano, não é? não vá antes de mim, por favor. ou as minhas flores vão todas murchar e as estrelas vão todas deixar de brilhar e o mundo se tornará um breu só porque o sol esquecerá o seu brilho em casa e perderá as chaves e a lua, ah, coitada da lua, essa ficará em constante eclipse. sem falar das pessoas que não vão mais se amar e serão tão, mas tão sozinhas que a solidão delas acabará esculpindo os meus ombros quando se esbarrarem constantemente comigo pelas ruas. isso, se eu durar por muito mais tempo, também. eu te amo tanto, que eros tem inveja de tanto amor, eu juro. portanto, quando tudo começar a doer assim, transfere pra mim, eu aguento. prometo que aguento. ou finjo aguentar, não tem problema. faz assim, ó: abre a boca e grita. grita bem alto.

grita até todas as dores não aguentarem mais o barulho e irem embora.
é assim que eu faço.

{bom, as dores geralmente têm problema de audição e usam aparelhos auditivos telex e são muito espertas, os desligando nessas horas. mas se fores rápido, consegues pegá-las de surpresa. vale a pena tentar.}

domingo, 10 de fevereiro de 2008

sobre o telefone.

o telefone só grita
porque a minha voz
é deveras baixa
pra chegar até
a tua casa.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008


you're so beautiful my heart almost forgets
beating.
i swear.
and i talk to you
in my imaginary swedish.
really.
my friend sofia,
she tries to teach me
but i'm too dumb to learn it,
i think.
maybe i should get one of those books
like 'swedish for dummies'.
all i know is
jag älskar dig.
but, i don't love you yet,
i just really really like you
and your songs make me
feel like dying and living again.
and that's great, you know
because sometimes
i really need to feel like dying.
don't you?
i hope you don't.
even though you have such a sad voice.
i want to know what's your favorite flower.
i want to buy me one.
because i can't send one to sweden
cause it will get there
but dead.
do you like dead flowers?

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

hoje teu nome apareceu duas vezes em mim.

domingo, 3 de fevereiro de 2008

além das palavras.

é o teu cabelo,
que não me toca o ombro
que me lembra
das paisagens
que nunca vi
com esses olhos teus
que são meus,
por direito
e amor.
e és tão linda
quanto as tuas mãos pequenas
com unhas roídas
e tão bem trabalhadas
e cansadas.
teus olhos sustentam a dor
de um milênio
que guardas com um sorriso
que ninguém sabe
que é um choro contido.
a não ser,
eu.
eu me perco
eu te acho
eu pulo
e caio
sem te machucar
a mim.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008


[ a foto do Eric é só ilustração]


eu tenho saudade dos cheiros
aos quais nunca cheguei perto.
como o cheiro de uma orquídea fantasma
que aparece naquele filme,
'adaptação'.
que me faz pensar que é sempre assim,
não é?
a gente faz as coisas
desfaz
faz de novo
e, a todo tempo,
tem que tá se adaptando.
eu não gosto disso.
não gosto mesmo.
não gosto de me adaptar com a falta que fazes.
e de como eu tenho que guardar em mim, isso.
porque não se pode gritar, porque?
você não me deixa gritar.
você não me deixa gritar.
e as minhas cordas vocais são de ferro,
imagine!
vão enferrujar,
vão enferrujar
e eu não vou conseguir dizer mais nada
nem quando você quiser.
eu quero ficar sozinha.
por favor, me deixa sozinha.
aí você vai e me deixa sozinha.
mas não entende.
você não entende nada.
não entende que quando eu digo 'eu te odeio'
quero dizer 'eu te amo'.
quando eu digo 'me deixa'
quero dizer 'vem, me abraça por trás e diz que vai ficar tudo bem'
quando eu digo 'tô bem, e tu?'
quero dizer 'tô muito mal e não me interessa muito como estejas agora, porque não tá pior que eu'
e mais, quando eu digo que não me importo com como você esteja,
é mentira,
eu me importo mais que comigo mesma.
você não me conhece,
desculpa.

too sad to give a fuck.


i'm not ok
really, i'm not o fucking k.
all i really needed right now
was a bit of attention.
do you remember the day
i took all those meds?
oh, baby,it was just because
i wished you cared for me
without asking me
time after time
what was wrong.
because i really
i really dont know
what's going on
with me
sometimes, my love
i just wish i could sleep
till you came home
with an apple
or a strawberry
and woke me up
with a warm warm
kiss.
but you don't.
you don't.
i know i would.
so, please don't drag my love around
like that
let me be
i'll crawl till i find your body
with that perfume
you always wear
that is almos a part
of your skin.
so, let me not shine today
please, understand i'm not ok today
i'm not ok today.
i'm sorry, my love.
bring me your body
and i'll give you my soul
today i have nothing
but the sorrow
runing through my face
would you run with it?
would you be one of my tears
and fall, just fall
in my nice cup of tea?
i'd taste better.
i'd taste better.
come home, my darling
come home and tell me today
the sun didn't smile for you
that you are such a mess
just like me
i'm missing the days
i was sadder than her
would you make me fell sadder
than you?
even though you're never sad.
you're never sad.
i like repeating words
i think they look nicer
and stronger -
even though i'm weak-
this way.
please, tell me it will rain on us
tell me it will rain on us.
i'm too sad to give a fuck.