terça-feira, 19 de agosto de 2008

sexta-feira, 4 de julho de 2008

...e quero que você venha comigo.

minhas unhas sendo roídas por esses dentes que nem branco são mais. eu gosto das unhas roídas, e você sabe. linhas tortas que contornam o teu corpo, formando um desenho perfeitamente bagunçado. gosto da tua loucura brotando desde as cócegas nos pés ao cabelo branco que nasce indecente na cabeça. a maciez que eu trago na pele é esta de conhecer os vários gostos da tua mesma boca. um colar de suspiros sufocando o ar que falta. você levou. sou agora um pulo pra dentro da tua garganta. aguardente. aguardando. vou saltar pro fundo do teu peito e fertilizar a tua terra. tuas flores só vão ter o meu perfume, porque as tuas cores são feitas de mim. e as tuas sementes eu cuspi quando comia da fruta do teu pensamento.

quinta-feira, 3 de julho de 2008

eu nasci há exatamente 18 anos, pra te ver respirar o meu nome.

terça-feira, 1 de julho de 2008



10 Lost Watch - Seabear


papel com teu nome que me cabe nos dedos. sentidos cantando sentindo pulsar a minha vida nas tuas mãos. é bonito que só. uma pessoa capaz de criar montanhas com um suspiro. e destruir castelos com um fechar de olhos. beijo os fios do teu cabelo que é tão bem feito. tu és lã no inverno. danças que não precisam de música e indo devagar, cheia de pontos na pele. comprei a a eternidade por ti e me dei de presente. as flores seguem brotando sem que eu as chame, compondo um jardim bagunçado. eu sou um jardim bagunçado. cheiros que me invadem, eu balanço a cabeça tentando me enfiar no meio deles, pra achar o teu. te vejo no meu espelho. porque o meu reflexo não passa do teu rascunho. eu sou um esboço de ti. quantos passos? eu vim contando e ainda estou no zero. suor é choro de pele. deixa a minha pele chorar com a tua? os teus olhos têm tantas cores que eu não consigo contar. tenho medo de um dia olhá-los por muito tempo e ficar cega. tudo em ti dá medo por ser tão bonito. mas eu me atrevo, e atravesso.

domingo, 29 de junho de 2008

arrepio.


"porque ela é o acontecimento que tantas as notas prepararam, de tão longe, morrendo para que ela possa nascer" _ Sartre_



porque as minhas mãos não param de procurar o lugar em que está o vão das tuas. e tu sabes que eu não posso deixar fugir dos meus olhos o brilho dos teus, que me roubam o sossego, até numa ilha deserta. a imaginação de uma criança não seria mais bonita que a minha, quando penso em ti. eu não sei mais pensar direito. penso do meu jeito pra ti. sorrisos que me cobrem de uma constante embriagez de ânsia. se olharmos o sol por muito tempo, quando ele está se pondo, é claro, e de longe, parece que não é real, parece que é ilusão. só sabemos que o sol existe por causa da sua luz, se o olharmos muito. porque sem lua dá pra viver. mais triste, mas dá. e sem sol? pétalas que arranco da minha pele pra alimentar a tua fome de flor, a tua fome de mim. mesmo eu não tão delicada, mesmo eu não tão amarela. e eu que achava que amor era só formigamento da pele, quando penso em ti, sinto a alma ferver. o que eu seria sem o meu peito que grita em tons altos e arranha as paredes de mim, em teu nome? eu quero o teu ninho, pra aquecer o meu amor. quero te dar comida feito mamãe-passarinho. sentir teus pêlos arrepiarem nas costas, sem encostar um dedo sequer.

sexta-feira, 27 de junho de 2008

pedido.

wild horses - tori amos

eu queria ser coisa viva. coisa viva de entrar na tua vida e mexer em tudo. colocar a cama no teto e o teto no chão. arrumar briga com o teu sossego e desalinhar o teu horizonte. queria sacudir as tuas pernas enquanto caminhas e te fazer tropeçar, na passarela. porque não me contento com o bom dia, eu quero que me sintas tanto quanto te sinto. quero que me sintas fazendo tranças com as tuas veias. só pra que pulses mais devagar, pulsando tão intensamente por mim. e que não pare. não parando, nem quando os carros dos olhos das pessoas vierem na tua direção dizendo que já passas do limite o sinal está vermelho. quero que ultrapasses o sinal em alta velocidade, por mim.