quinta-feira, 19 de junho de 2008

ah, você.


mãos de silêncio entre o que ainda há de ser de nós duas. nada faz parar, nunca fez. você não percebe, eu lhe toco os cabelos e nascem flores lá na Ásia. vamos, cai no profundo de dois pontos perdidos bem na minha cara e diz, vamos, diz se não é isso que sempre andou agoniando aí.e esses dias parecem tão longos, nos meus dedos magros. construo a curva da tua cintura na beira dos meus lábios. a insinuação de um bombeamento de sangue mais rápido, é normal. posso nunca perder os passos de mim. posso pra sempre me perder sem os teus passos. lutando contra a luva que não me quer entrar na mão. assim como as flores que não te querem voar pelas costas. que tu não queres jogar, não queres. mãos divorciadas, corações casados. cadê você agora? não se surpreenda se alguém bater à sua porta três vezes e gritar "sol!". e de repente, nada restar lá fora senão um poste de luz piscando. a chuva é coisa louca, tem gosto de beijo teu. a organização do teu cabelo na bagunça do cheiro dele. e os meus pensamentos têm a cor dos teus olhos.

e eu sei de cada...
eu sei.

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