domingo, 15 de junho de 2008

título pra quê?



eu não vou esquecer de nada que tenha o brilho dos teus olhos escondido num buraco feito por mãos pequenas. e construir um castelos de areia bem na beira da praia não é tão confiável, mas eu acredito que as ondas estão a nosso favor, se tu disseres. o caminhar do meu pensamento por entre o pulsar do peito, entre imãs que só atraem teus sorrisos: eu me sinto melhor. não chora enquanto eu não puder absorver tua tristeza com meus lábios. eu, presa entre aquilo que eu fui e joguei fora, não pra reciclar, mas pra alimentar animais doentes e o que sou agora, alimentando os olhos do sol e adoçando as nuvens. não há fechadura, nem portas. eu derrubei tudo, quando você apareceu. eu era só muros, agora sou nada. agora ando nua, porque você me desvenda até o último pêlo. mãos pintadas de vermelho, que se pintam de branco de pele e caem no gosto dos lábios. somos nós pintadas de nós mesmas. não quero voltar a enxergar. sou feliz cega, vendo apenas o que as brechas entre os teus dedos me permitem. o teu hálito é de me tremer a língua e eu entendo a tua pele, mesmo que.

4 comentários:

Mancha disse...

"o teu hálito é de me tremer a língua e eu entendo a tua pele, mesmo que."

Mesmo que a continuação da frase esteja ,agora, longe de ser escrita...

era disso que eu estava falando, e cá estou... rindo, rindo e rindo!

Post bonito(como todos aqui dizem), mas isso nem é novidade, não é?

luís disse...

nas celas de interrogatório há um espelho parcial. alguém do outro lado da parede não reflete o rosto. alguém do outro lado da rua nem se importa mais. com semelhanças perdidas sob pena de humanidade. esquecida. viagens sem meio

fantasmas que não dão medo. não fazem parte da mitologia, das lendas urbanas que te alcançam. não tem olho e vê. sem ser visto

ana
e o português
e a grande rede mundial de computadores

esse mar quase genérico que nos une aleatoriamente

larguei os livros da biblioteca pra ler um diário virtual

e de uma forma ler o que eu deveria ter escrito pra ela. ela, da beleza estomacal, do destroço. faltam em nossas vidas, terceiras a sua, uma pitada doce sem náusea.

vou roubar suas idéias roubadas de não sei quem e terei meus sem anos de perdão. uma folha em branco que, enfim, vou colorir

ana disse...

minha erva doce. minha erva cidreira. minha erva cannabis, aqui acima. e você, veio pra onde vai.

ana disse...

somos corpos demais para um espaço. vamos atrasar o relógio pra caber no mesmo tempo,

- você é a parte glicosada da minha poesia. que eu pensava nem existir,

: )