quarta-feira, 21 de maio de 2008
i'm a jailbird to your music.
eu posso abrir os olhos e falar bem alto. eu não costumo, mas eu posso. na verdade, eu falo baixo e com os olhos meio cansados. eu me sinto mais leve, assim. natural. eu não sei cantar nem dançar certo, sei fazer tudo torto. tenho palavras nos meus bolsos rasgados e elas vão caindo pelo chão da tua rua. pisas e com isso, brotam luzes e flores e criaturas lindas. daí surgem os encontros de terceiro grau. pensar que tenho algo pra fazer mesmo quando eu não tenho, é uma vitória. eu queria mesmo era que os dedos não tremessem tanto. e que os dentes não quisessem brincar de pular. ficam pulando e se batendo fazendo crec-crec-crec, sabe? é bonitinho, mas as pessoas não gostam. ficar olhando pro nada é desenhar a vida no vento. perigoso perigoso. mas ainda assim muito bom. a maioria das coisas são assim, né? soltam faísca. mas pelo menos a gente a prende a não se queimar. ou se queima de vez, quem sabe. por isso eu tenho marcas e as cicatrizes são as formas mais bonitas de se dizer vivo. folhas que caem da árvore da minha cabeça, passeando na vida que não é minha e caem no chão que é do mundo. e o céu? o céu é teu. olha lá pro fim, o finzinho mesmo. tudinho tem teu nome escrito. não consegues ver? então olha pra mim. viu agora?
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