sábado, 3 de maio de 2008

girassol.



esperando chegar, eu deito aqui no sofá de casa e esse calor que eu finjo ser tu me deixa desesperada. fico de cabeça pra baixo, ligo o ventilador. sobra tanta falta que eu nem sei dizer. ai, ai, ai, ai. porque isso? colorir o vento e sorrir pro mundo. meu deus, eu que nem era, agora sou. por ela. ansiedade. fome, me alimenta. nem milagre, nem mil lágrimas. sorrisos bobos, veja você. eu sei que ela conhece tudo, eu sei. e eu sei que entendo os muros desabando dentro dela. não tenha medo, te faço uma coroa de margaridas.

3 comentários:

Patrícia Lino disse...

'O meu olhar é nítido como um girassol.
Tenho o costume de andar pelas estradas
Olhando para a direita e para a esquerda,
E de vez em quando olhando para trás...
E o que vejo a cada momento
É aquilo que nunca antes eu tinha visto,
E eu sei dar por isso muito bem...
Sei ter o pasmo essencial
Que tem uma criança se, ao nascer,
Reparasse que nascera deveras...
Sinto-me nascido a cada momento
Para a eterna novidade do Mundo...
Creio no mundo como num malmequer,
Porque o vejo. Mas não penso nele
Porque pensar é não compreender...

O Mundo não se fez para pensarmos nele
(Pensar é estar doente dos olhos)
Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo...

Eu não tenho filosofia; tenho sentidos...
Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,
Mas porque a amo, e amo-a por isso
Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe por que ama, nem o que é amar...

Amar é a eterna inocência,
E a única inocência não pensar.'


Do meu caríssimo Fernando Pessoa, quando se viu um dia, nas peles de Alberto Caeiro.

sara castillo disse...

acho digna essa manifestação de sentimentos.

Henry Heimlich disse...

"nem milagre, nem mil lágrimas"

Eu adoro esses jogos de sílabas que você faz, me lembra de umas músicas que eu escrevia...