[pequenas luas nos meus olhos, eu queria. eu não dormiria nunca, porque teria tanta tanta luz! mas é porque a noite chega e as luzinhas do meu quarto se apagam e não dá medo, mas bate uma dorzinha no peito e eu muito queria que algo pra iluminar, viesse de mim. de mim mesmo, sabe? não do pedaço que eu te dei. porque uma vez que eu te dei, já não é mais meu, certo? e eu mando uma parte minha triturada, feito purpurina. e brilhante assim, também. quero que me salpiques por tudo e diga que eu brilho. diz que de alguma forma eu brilho, vai.]
mão cansada, é minha. não sou mais o sorriso que aquela criança carregava no bolso. talvez tenha furado. mas eu adoro caixas rasgadas. daquelas que a gente guarda coisas tão, mas tão raras que fica pesado. coração, sabe? pois é. eu não sou chuva. estátua de sal. derrete e não colhes. como dar nó n'água? é só me pedires. mas no mundo de perguntas internas eu guardo um vento. vento que grita, mas não dá medo, não. se eu comprar uma flor? mas eu não tenho dinheiro pra flores. porque eu acho que flores valem tão mais do que vendem por aí. não compro. vou ganhar um jardim. planto flores e colho uma pra ti. as flores mortas são tão tristes. mas você é daquelas que só morrem pra nascerem mais bonitas na próxima vez. amores coloridos no vento, ele me conta. porque nós amamos o vento assim? talvez porque ele seja tão transparente e quieto. mas até o vento se revolta, às vezes. eu coloria. não seria fácil, mas eu coloria.
[grito]
soco no ventre
oco, o dente
quente, o outro
e eu fria
aos 40 graus.
então eu te plantei no meu jardim. nasceram flores carnívoras. dou pedacinhos de mim, à elas, todos os dias. não sei se você gosta disso, mas é tudo que eu tenho. queria não gostar de carne e não forçaria nada. mesmo gostando. então, tá certo, você me aparesse cantando piano. como canta piano, amor? me ensina? eu só sei cantar silêncio, amor. ao menos pela boca. são as minhas mãos que cantam a canção de vida de olhos abertos. que não são lua, não são.
[as nuvens]
nuvens rosa de fim de tarde colhendo com mãos de aconchego o sono que não tenho durante a noite. elas levam e chovem pra ti. não tens sono porque levaram embora com sorrisos feios feios. eu sei que o meu é mais bonito e te faria dormir. corro pra tua casa agora, tá? te digo que as nuvens me mandaram, com uma mensagem no céu e você vai ter que me deixar ficar lá. fugida do mundo cheio de mães e responsabilidades e medos. eu quero me esconder no teu umbigo e de lá, olhar as nuvens mais bonitas.
2 comentários:
você que fez esse papel de parede de nuvem? EU AMEI!!! se não foi você pode me mandar??? camicoloridah@gmail.com
Vamos por partes
Como o Jack
Já que partes. Sempre partes.. artes, sempre artes. Tenho aqui quatro modelos de luz pra você escolher.. sim, pode ser com a colher.. mas não tem melhor não, já que assim que escolheres, será a melhor. Para não encolheres evite as pílulas de nanicolina, as aspirinas e a anfetamina. Traga quando formos dançar. Mas não pare de me cegar. Só não pare. Não para nunca. Sua luz de buraco negro é uma luz no fim do túnel. És o pó de pirlim pim pim que me faz voar.
É minha também. Mandei chamar todos os infantes para se pintarem de colibris portandores de sorrisos doces de Colombinas que chutaram pierrôs. Eu que sou fauno faço isso pelas musas, estátua de sal que me inspira. Daí toco minha lira, meu flautin.. ai de mim, que só sei ser assim. Azul no seu carmim. Trouxe um buquê de vento norte pra fazer sonhar seu vento sul. As flores gostam, sabe..
Chove chuva. Eu só vejo dragões nas nuvens. Gosto dos azuis que cospem relâmpagos. Os brancos que cospem gelo não me assustam.. os vermelhos que cospem fogo que são o problema. Mas tenho um lema.. que me mate o efizema ou o fim do trema, mas não esse céu sem nuvens. Esse céu seu. Camafeu. Léu. Véu. Ventania, eu sempre preferia estar na suas cercanias pra beber essa tempestade tão caudalosa, que me faz criatura honrosa de umbigar um elípse de você.
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