segunda-feira, 5 de maio de 2008

não sei escrever.


a gente se levanta. ok, a gente se levanta. mas é tão rápido que a vista escurece e ficamos tontas. o pé formiga. daí dá o medo. a gente senta de novo. eu entendo, mas não gosto. pra quê sentar de novo se já tá de pé? eu não me sustento no ar, preciso da mão ali. na minha, segurando a minha "alma". não é confortável? um pouco, tem o nervosismo. e eu me pego roendo as unhas até sangrar. do meu cabelo cai a faixa. de trânsito eu não entendo, você sim. então eu corro e você anda. não não, o contrário. direções opostas? não sei. eu pintaria o mundo todo com a tua cor. esbanjaria sorrisos e você ficaria feliz e me acharia super saudável e tudo. ótimo. mas eu não sei qual é a tua cor. talvez sejas um arco-íris mais desenvolvido. e não tenho essa cor no meu estojo. então eu só imagino. imaginar é perigoso. mas hoje em dia, o que não o é? um dia de manhã pra não ser o dia inteiro, sabe? eu queria ver os vidros quebrando e te levar numa roda gigante. não ias ter medo. eu sim, talvez. passarinhos são delicados assim, eu não. sou a madeira do teu chão, a pedra do teu asfalto. e faço desenhos nas nuvens. pode olhar. vê! vê! eu fujo de mim. tá tudo bem, mas tá preso. o bicho aqui dentro de mim rosna e eu morro de medo. impulsividade não é bonito não, mas sou eu. deculpa. 'vou comer só um biscoito' e quando a gente vê, já comeu o pacote todo.

Um comentário:

Salve Jorge disse...

Ele corria os olhos em cada linha. Era uma sala grande. Sempre foi. Grande e vasta. Ampla. Mesmo quando tinha barras na janela e aquela varandinha. Só uma tevê no canto pra não se ver. E no meio disso tudo um anjo. Anjo procuram lugares absurdamente confuso pra pousarem. Mas o fato é que pousam. Com suas asas emplumadas, límpidas, assépticas de anjos. Esse foi o salão de tanto demônios. Comentários à parte, devo dizer, que essa brancura de todas as cores do anjo é certamente ofuscante. Mas quem precisa de olhos com um cheiro desses? Desculpe, é mais forte do que eu. Que você? Nada é mais forte que sua arte de cair. Foi nesse canto que me afoguei, não foi? Vou sentar aqui. Você pode ficar em pé. Eu repouso a cabeça nas suas coxas daqui mesmo. Eu sei.. eu sei. Tá tudo confuso, difuso.. deve ser a falta de uso. Mas vou cometer um último abuso. Toma meu estojo e devolva quando quiser.