quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

férias de mim.


eu preciso de um tempo
longe de mim
pegar minhas malas de vento
sonhos e letras
e fugir daqui.

quero me aventurar
pela estrada que te desenha
descansar a alma na tua
te beijar o corpo todo
fazer-te voar
com a ajuda
das minhas asas
que já estão tão pobres
de penas
e plumas.

e tens o melhor de mim
quem sabe podias
me emprestar um pouco
pra que eu não precisasse
pegar todas essas coisas
e fugir assim.
a não ser que você queira -
e como eu quero-
que eu vá mesmo
e acabe por morar em ti
de vez.

feche as janelas
e as cortinas
os olhos
e a porta
abra os lábios
e a alma,
estou chegando.

Um comentário:

Salve Jorge disse...

Se o que precisas
É fugir de ti
Logo que passei aqui
Criei proposta
Para receber seus ventos, sonhos e letras
Venha para Pasárgada
Que mandarei soarem as trombetas

Pode por as asas de molho
Esperar enquanto o sangue recolho
Tenho boas folhas secas outonais para lhe decorar
Suspiros que a farão corar
E ainda certo respeito pelo teu jeito
Quando queres ser insular

Pode deixar vir seu pior
Já que o melhor anda deveras ocupado
Que não há pior que resiste
A divertir-se nesse prado
Que não lembre do assovio
Que nunca lhe fora ensinado

Mas isso tudo é só pra falar
Que andei de me lembrar
De um antigo papo furado
Que foi recuperado
E tá lá no meu blog publicado
E se você por lá quiser passar
Pasárgada há de ganhar novas cores
O céu de prestar mais favores
E os rios de virarem licores
Então vossa excelência não pode faltar...