sábado, 8 de março de 2008

la jeune fille aux cheveux blancs.


{às vezes vem como se uma onda se perdesse naquilo tudo que eu joguei no mar. no dia que as ondas forem embora, pra onde irão os namorados que gostam de praia e pôr-do-sol com vento e areia e bichinhos nos mordendo a perna? pra onde vão todas essas coisas que a gente joga fora e eu não sei reciclar? porque eu não sei reciclar mesmo nada, era mentira. eu queria saber reciclar os dias. mas há dias que eu queria jogar fora assim pro lixão. }

nas tuas mãos, escritas com o meu nome em azul, o azul da manhã entre os sonhos que nos caem sobre os olhos, todas, todas as noites que não querem nos ver dormir. nossos olhos são mais bonitos abertos, porque olham o mundo juntos, amor. e quando te pegas a pensar porque disso e daquilo, te digo: a filosofia nada sabe, deixa que eu te explico tudo com a minha respiração que só não é um gemido porque antes, é suspiro. o meu desejo de voar, enquanto sentas nessa cadeira que não é torta porque a fizeste com as tuas mãos brancas com o meu nome em azul, que se faz vermelho, como uma torta de morango com cobertura de algo colorido que ao morder, vem o recheio. tu tens recheio. e são os meus cabelos brancos que não tocam as nuvens quando eu as invejo, por estarem tão no céu quanto tu, enquanto dormes e eu acordada, conto nos dedos as horas pro outro dia, que seja melhor e doce, sempre doce. e isso é raro, de eu estar acordada. porque eu gosto de dormir e porque os meus olhos seguem o ritmo dos teus, porque os meus olhos gostam de estar no mesmo mundo que os teus, sempre.

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