segunda-feira, 16 de junho de 2008

minha mão não enxerga um palmo na frente dela. soprar o vento nos meus próprios olhos porque só tu me consegues fazer chorar. eu não sou mais que um papel rasgado no canto da mesa que ninguém usa mais, assim sem. beijo as tuas cutículas e peço: deixa eu virar a tua pele deixa eu virar a tua pele deixa eu virar a tua pele? a minha ferida pulsante não quer conhecer outras areias. gosto das tuas pedras no meu sapato e do conforto do teu grito no meu silêncio. perco cinco pra achar um cinto apertando o meu estômago, pra conseguir respirar. é comprimindo. comprimidos jogados na pia, pra fora de mim, como água adentro. urina. eu não vou embora, eu só sei o caminho amarrado nos teus pés.

2 comentários:

ana disse...

cegueira interior.

Salve Jorge disse...

Eu soube dos pés
Da cita réu
QUe caiu do céu
Na relva
E em meio à selva
Sentiu o desespero cantante de Selma
Mas não cantou
Só versou
Com medo de que nada restou
Mas o resto tá sempre na cesta
E lá vem mais uma funesta sexta
Onde aqueles que não prestam
Fazem festa na fresta
E você fazendo a sesta
Pois se isso é tudo o que lhe resta
Me empresta aquele sangue de dragão
Que eu vou fazer uma poção
Pra você nunca parar de cuspir no meu ouvido
Nem a entropia
De navegar no teu umbigo
E tenho dito
Canto maldito
Pressa presilha no teu pé
Tão bonito...