sexta-feira, 6 de junho de 2008

tu.



então quando eu vi que tua mão tremia dentro da minha, eu senti o abrigo se construir ao redor. balançando as folhas da árvore, como nas madrugadas em que eu me levantava e tomava um banho frio de horas e deitava sem me enxugar nem me cobrir e dormia assim. as manhãs eram tão mais pálidas, com os lápis de cor perdidos pela casa. até você chegar e achar, um por um. estavam todos debaixo da cama, amor. você disse. é que eu tinha medo de ir lá embaixo e você não sabia. porque no escuro do entre eu e o chão, morava o medo de que eu me perdesse e não soubesse voltar, escalando o grito que talvez não desses. sem voz de socorro. as ondas batendo de leve na barriga da minha ansiedade, fazendo sons de mar em concha. mas eu nunca mais coloquei dedo sequer em água que não viesse de ti. nem quero. porque o meu chuveiro tem teu nome escrito. assim como as torneiras fazem barulho de ti. porque tudo que é claro e simples, me lembra (de ti). e tudo que é bagunçado e complexo, me recorda (de ti). tu estás bordada em todas as minhas roupas, salpicada em todos os meus perfumes. como a minha necessidade de dizer que te amo está na minha garganta, mesmo depois que eu engulo todas as nuvens e cápsulas.

Um comentário:

L disse...

Quando vc ama alguem parece que nada mais faz sentido,parece que tudo que vc ja sentiu não foi o bastante,o tempo voa quando vc esta com ela,parece que tudo sem ela não seria nada e vc sem ela seria uma infelicidade eterna!

Belo texto!(adoro seus textos)




PS:não é mudar o nome d novela,é so que não é novela das 8 é das 9!
sei la,sabe,me irrita um pouco!haha